![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimPpBpyvAJiKKF1VtMdO2rcmQMKjkrU0RiDqPHtpW4_XE3xMIjLrS5uo_3eAFUlxw8h2BZMcExIjKtr5nS5GQGpq_WVuOi0sOHJn43qhEFzr_O6V4PvyZaVzVrYDOkuVxGwFRnn8NN2VaX66CB1UbPjxGd1TEMew7j1Bume3p2jPmREWIyn2KbEeH0UA/w640-h426/253A5035.jpg) |
| Foto: André Feltes | |
|
Por Lúcio Brancato Fotos: André Feltes |
Começo o review com uma confissão. Sempre que leio algo como “menino prodígio do blues”, “novo fenômeno do blues”, “a nova promessa do blues” e aí por diante, me dá uma certa preguiça. Desde sempre tais termos são usados com exaustão quando recebemos por aqui um nome pouco conhecido do gênero. Parece que basta ser norte-americano e jovem para receber este carimbo, já pude ver alguns shows onde isso não se confirmou.
Felizmente não foi o que aconteceu no último dia 4 de abril no Instituto Ling, em Porto Alegre. O guitarrista Sean “Mack” McDonald, nascido na cidade de Augusta, no Estado da Georgia (EUA), aos 21 anos de idade trouxe para o Delta do Jacuí uma pequena bagagem de referências do Delta do Savannah River, que banha sua cidade natal. Somou com maturidade e um ótimo resultado as escolas do blues rural com o blues elétrico.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJMdOf6desnVgV40O-Vy9_EjtXceKvOdFAnjNn1TwgwSEX_VODu6oTxlkyl-08Xq8ZBA0HNWNBRmMw20g3gKNb6g07jD7Ea0iYDZomaYzh2ahyb6D8zkcWyhn9nLd0nxES28LeHgRR2GKlcsRPkrpVG94c2jYdCOn5kHQS8bReGckR_J_AQMdsbls0AQ/w640-h426/253A4929.jpg) |
Foto: André Feltes |
Por mais que sua trajetória venha de um já tradicional padrão no blues — vindo do sul do país e um começo tocando em igreja — McDonald teve como vantagem o próprio momento atual da instantaneidade e rapidez que a Internet proporciona. Se nos primórdios do blues alguns músicos levaram anos para serem conhecidos e reconhecidos, há um bom tempo musicistas de localidades remotas surgem e logo são expostos para ouvidos atentos na renovação. Foi “descoberto” a partir de um vídeo que mostrava ele testando uma guitarra numa loja de instrumentos na sua cidade, quando tinha apenas 15 anos, tocando o clássico “Dust My Broom” de Robert Johnson. Revelou durante uma das falas no show que aprendeu a tocar sozinho no seu quarto assistindo muitos vídeos de blues no computador, ou seja, podemos dizer que a internet foi uma de suas escolas e também fator fundamental para sua descoberta.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8xXDyH6sbKPhyaW2151kxHxrdU664uztZupATgjaBRrIspGB25FtJe4_JmyYQhBnvEURt8l4DTdUk6KHWlaWUOThs66edArKihuehU82w9wo1G2uZszcQFTvu4cXwjiV28KXtpqdnMaNa_xyq4YsC1VuBmuq1KhaTdKnx875gFf-q9uRY3zPoU-sZWw/w640-h426/253A5048.jpg) |
Foto: André Feltes |
Para nossa sorte, foi nas raízes do blues e do rock que o garoto aprofundou suas pesquisas. E não só na guitarra, o primeiro aprendizado começou no piano já aos 4 anos de idade, segundo contou. Foram as teclas de Ray Charles, Fats Domino e Little Richard seus primeiros caminhos traçados antes das cordas do violão e da guitarra. Para a minha sorte e do público no Instituto Ling, o show apresentado seguiu naturalmente um roteiro passeando pela própria formação ainda em andamento no jovem bluesman.
Quando pesquisei sobre ele e também assisti algumas apresentações que ele vinha fazendo, eram todas sempre acompanhado de baixo e bateria, no mínimo. Para minha surpresa e total deleite, neste show optou por tocar sozinho alternando entre o piano e a guitarra, algo que segundo o próprio é muito raro e fez poucas vezes. Adorei conhecê-lo neste formato mais cru, fazendo do palco do Ling front porch de um casebre rural na Georgia. Entregou aquilo que espero e gosto de um artista do blues tradicional: minimalismo e feeling.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDZJKDHDcSq9CP1e9jETwdBlWK50FKQiZuP-d_g0Uy85-CmqG0VhbhxE-kta9DfraconiC-IlM6cX1GRLXmAuEI-Iq4m7DkEjLXUVoxRhkgK6i27xtPUig2RkLN3yOVifBQkEtWBZ7l1GiO0mTqXWF6LlJzmmxIUgL-w1YNCZFGtX7jTtWIoQuvogqVA/w640-h426/253A5059.jpg) |
Foto: André Feltes |
Começou sentado ao piano com um boogie-woogie instrumental clássico, para em seguida emendar uma sequência interpretando temas de Fats Domino, Big Bill Broonzy, Little Richard e claro, não poderia faltar seu conterrâneo Ray Charles, seu maior ídolo. E mandou muito bem, principalmente na voz. De um timbre carregado na medida e daquela manha única cheia de sentimento passeando de tons mais graves para os agudos com muita facilidade e naturalidade.
Ao passar para a guitarra – uma linda Gibson Les Paul Gold Top – mostra que é ali que encontra seu leito de rio mais confortável e onde demostra maior intimidade na pegada fingerstyle e nos vocais. Focou a segunda parte do show mesclando temas tradicionais do blues rural e canções de músicos referência na formação do blues elétrico. Passou de trem por Lightnin’ Hopkins, Muddy Waters, Robert Lockwood Jr. e Robert Johnson, finalizando o passeio pelo Delta com aquela parada obrigatória numa igreja apresentando um tema de gospel blues.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdh7Lzg2UgpjFfXmk2fh1wyGuZVfa8IrgcD-MTvNRtMsoOHiMW9Q3O0jOFupswoD3rCO7yRGBQlLp9we8IFNkjjOFkb4YQ4kQwS1PvH0MEJs21iQhdjW8cgtw26oSxuDRlCWmRfMg2IHoPXcbcANxO78FZzl6_E1nVVgO_EXh3PyYKmpiYgTiOEeyjSg/w640-h426/253A4961.jpg) |
Foto: André Feltes |
Como é bom presenciar um músico novo ainda em formação e poder afirmar que, pelo tanto que já entrega no palco, dificilmente cairá no esquecimento dessa peneira que sempre foi o blues em relação a artistas novatos. Com tão pouca idade e de uma geração onde nas últimas décadas a garotada segue muito mais para o hip-hop do que para o blues, temos que celebrar que as buscas dele na internet entregaram o melhor da tradição do blues. Sequer lançou seu primeiro álbum, mas o fato estar totalmente dedicado a um gênero já centenário nos dá a esperança de renovação e de boa música. O garoto Mack tem o blues.
Agradecimento especial para Jéssica Barcellos pela assessoria, suporte e credenciamento.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBspau82mHG9_yvdtn3ItrqgZZ_yfDxEQkkR-m5fJ-ihIRFQlIJT2IKT5Vmmggr66eVWBoveezHyA2Ar_jC3WxSmfcyGec11djix6eqjjm7J-_MowSPi-Z0v2vskVKytwioxKVoFxn01Mg4fLQIikslz_XwNSAFMUw0dsgH6mqETsd5oChFCcIpgT3ww/w640-h426/253A4945.jpg) |
Foto: André Feltes |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd3jQy4W0drZfMI1MQD9-bHlms5moKI8ZcJqC435VS-XgwU3yWdGruSskebvQf2Rf5pTiqS0K0-gpOjHGOzI3MRyRL4lRSTBxUHODpKf8-Cd-NT2DM8HzoLArJWzvaR33Ugw3DyCLQH3dYVvRLTBRMQ2iQoqWU9Vd17U1b30XlFYnc6Lx1CwyJ_38oRg/w638-h960/253A5024.jpg) |
Foto: André Feltes |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg48fILIz_6Y7OSHOruSUb96IrIIvi3PM8GojwXp97pmJEeqno0oduOcetxl8tPIy6w7-lbkaiapgceG4DverzNQG-j8QCL_trE2mkb-zQerlOuj6d71Fkf6uVf-Q-33uK5ZrtzeS6Y60m8htT5SOcTnERDeC-rmxMUq_1EmXChGin69syh8mn3ZqqApQ/w636-h955/253A5025.jpg) |
Foto: André Feltes |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm4t_uMqgDR9DZ1iFdESOdQq-sRTKOg1Rxcd6DRRD0CNClY0hXVv3N10KzAM_DJ1wzhi7yD9krmuyORSBBv4UYfep-qkp4H9SnciX1Y3BpOqNXxAG8Jnf784hC1FqrZriIHIxtdq8KuBddDJgcSLLgq116SuiA8gCAynEmXe8eLX4555H0LlqEZyipVQ/w640-h960/253A5031.jpg) |
Foto: André Feltes |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyeS8dzr6JP53NBBejbY6SSzOWiU_1Ao4UnxcK8NEDuMeNsBEQyRvYshRLGTbz99meLObtB05Lu5UpwTZ_w-cCQgCoVQUcp2yLuUnHhRxD2vFmkPtGritKwbDzwHlfIN0lGbZhG2KUyE_w2zk2madXD8BLc02cvCcRFmEqcxwlaqF1r1rW1HGLJ6dmsg/w643-h966/253A5039.jpg) |
Foto: André Feltes |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYYrQc9hvCmXAZVVH3bQHjGtUl1DhkLCuhhfqm-2z7b1WgQjziONeC3Wv2AEi_SHfSof5jjjX5XnYlCRH_Cj85jbUE9XFMEUubTxHKplKzmgYJcrY4w3XPvB3p32BAzESRhCY6p03myz-KWfZ3d_x8owCaL5cyz9yxMRgCJbU0unKMyTUXBI1A8NLykQ/w640-h426/253A5046.jpg) |
Foto: André Feltes |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicTibLXNLxUuKVgfjban-hTqVV8zxQ7CFzwU4FhAu6uj-M0cCKYk1PLeunTo-MOmf750K8TFaVvAPT-la72YSi7_f_ySOVhBLB-JvAl87Z-ZjZyXMSOo1Ys_m3Ce1RVdb20wtLKSNQmwsJ3GaFxEmjPepTMbSaKGtp5LirXPaG4uMQdUxIC4NZ6MqB1w/w642-h965/253A5050.jpg) |
Foto: André Feltes |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQfY8YYCQctpqTDU0oXeC2VLLT6d1I_ptGwePrlW0HOgPcq7VmyjbB5oh9OgRSr0mNHVIRP_YanI37WOCkMZtsfmWKvtVLQm8E2cNz4M01SreI8wbVHzde8SxIKQiAFnrAYGWutzIka7CmIaBtbICqcJN58Ro4bWgPkm91R4AI6T0EIYandh8pQg28bg/w640-h426/253A5059.jpg) |
Foto: André Feltes |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDA97Kb2ALEDZyF8JIVWV4EZTya1WmH6zB5NqaGKIhcPuGufXxWe4Km3dU_MlmsoqWzLXgRwNP2DdX-BLqvVxJLztAFOdw7s7Vp-2gHQUl9FRZFcspWst2Bn-ToZCOdlfZdHqtiJab0lBgFZXcfnsIQMTd_nCEXnSCeaB_TWziY0Lx2aW0Xugsz0Ie1A/w636-h955/253A5088.jpg) |
Foto: André Feltes |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWu2rNjzvfPVgn8_P13LTEB6fj0lOGM9IvrpODpvhnbilP8nprXm1CopdomC2P780Bs-be1W7IyMxv59cRjhZ62GN42fZPZK77zPDfHIvl5rj72t4xphgIltmmgjdfhXBQJMxb-PMJe0rUMjBkZrN6AiSJSQDMtaU5b20bCSEzLiVNhZ3aBdUE4YjF_A/w640-h640/253A7089.jpg) |
Foto: André Feltes |
O primeiro instrumento dele foia bateria a os 2 anos. O pai dele é baterista.
ResponderExcluir