Foto: Pablito Diego |
Por Márcio Grings Fotos Pablito Diego
Bem na metade dos anos 1980, a guitarra jazzística encontrou uma projeção meteórica através da atuação de Stanley Jordan. O músico de Chicago, então com 25 anos, surgiu como arauto do tapping, técnica que consiste em tocar o braço, e não o corpo da guitarra. A diferença é que Jordan tocava linhas melódicas diferentes em cada mão, como se estivesse dedilhando um teclado. O auge de sua notoriedade está em "Magic Touch", álbum gravado em 1985 pelo prestigiado selo Blue Note. Quase 40 anos depois, mesmo sem a mesma atenção da grande mídia, mas sem deixar de produzir bons discos, Jordan continuou levando o jazz e a música instrumental pelos quatro cantos no mundo, e encontrou no Brasil um dos seus significativos quintais. Sorte nossa. Vê-lo ao vivo, aos 63 anos, ainda é impressionante.
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“Dudu está entre os melhores contrabaixistas do mundo. Tenho certeza que vai ter admiradores por toda a vida", disse Jordan em entrevista. O símbolo dessa confiança e amizade com Dudu Lima continua a gerar frutos, pois o músico mineiro assina a produção musical do próximo álbum do guitarrista norte-americano, a ser lançado em 2023.
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A sólida parceria é perceptível quando vemos Stanley Jordan e Dudu Lima no palco montado no Parque da Redenção. A troca de olhares (ou a ausência dessa troca), os sorrisos mútuos, os gestos, o posicionamento e o som que ouvimos carimba o sucesso do duo em sua realização como time. Headliners do evento Blues Jazz Brasil Festival, esse foi o derradeiro show do evento ocorrido no último sábado (30), em Porto Alegre. Juntos já realizaram CDs, DVDs, gravações e cerca de 300 shows nos dois lados do Atlântico. E, graças a iniciativas como essa (viva a Lei Rouanet), o jazz e música instrumental seguem avançando terreno no inóspito, mas sempre frutífero território brasileiro: "A proliferação de festivais de jazz e música instrumental pelo país abre um cenário além dos espaços oferecidos pela grande mídia", disse Dudu ao Memorabilia. Afinal, o amor pelo trabalho artístico, a resiliência e a própria ação do tempo definem a autenticidade desse ofício e as conquistas dos músicos do gênero: "A música que fizemos contém verdade e atemporalidade, isso sustenta nossa paixão. No entanto, é claro que todas as iniciativas que impulsionem ainda mais a música instrumental são bem-vindas, pois mais espaços e divulgação sempre são necessários". Por isso — salve o Blues Jazz Brasil!
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Setlist
Clube da Esquina 2
Nada Será como Antes
Jesus Alegria dos Homens
Starway to Heaven
Regina
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