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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

DEF LEPPARD - PORTO ALEGRE, 26 DE SETEMBRO DE 2017

Joe Elliott. Foto: Ton Muller
Texto Márcio Grings Fotos Ton Muller 

Ouvir Def Leppard é como voltar a ler as revistas da Marvel. Ainda mais agora que o guitarrista Phil Collen está tão malhado quanto o Justiceiro. Justiça seja feita, quando garoto, essa era uma das bandas de metal que mais fizeram minha cabeça. Lembro do LP do primeiro Rock in Rio girando no meu toca-disco Philips e de como "Rock of Ages" batia forte naquela época. É, eles estavam no disco, mas acabaram cancelando a apresentação por aqui. Falei dos heróis da Marvel, porque quando garoto coincidentemente também lia meus gibis com o som lacrado na sala da casa dos meus pais. E "Pyromania" (1983) era arroz de festa. 

Phil Collen. Foto: Ton Muller 
Ligada ao New Wave of Heavy Metal do início dos anos 1980, ao lado de bandas como Iron Maiden e Saxon, o Def Leppard redefiniu o som pesado numa das décadas de ouro do gênero. A base do show passa por “Hysteria”, álbum produzido por Robert John "Mutt" Lange e lançado há exatos 30 anos. Vendeu mais de 20 milhões de cópias, tanto que nesse tour comemorativo - sete músicas o representam no atual set: "Animal", "Armageddon It", "Hysteria", "Love Bites", "Pour Some Sugar On Me" e "Rocket", ou seja, praticamente metade do espetáculo. Apenas duas canções são do play mais recente, lançado em 2015. O restante é formado por faixas que formam o G Hits do quinteto e já circulam no setlist há mais de 25 anos.   

Vivian Campbell; Foto: Ton Muller
19h25, no palco, quatro membros da formação clássica da banda - Joe Elliott (vocais), Phil Collen (guitarra e voz), Rick Savage (baixo e voz) e Rick Allen (bateria). Steve Clark morreu de overdose em 1991. No seu lugar entrou Vivian Campbell (guitarra e voz), músico que também emprestou seu talento para bandas como Whitesnake e Thin Lizzy, além de trabalhar na  escuderia de um dos baixinhos mais geniais do metal, Mr. Ronnie James Dio. Uma das atrações do Def Leppard é ver o baterista Rick Allen tocando, já que o músico se apresenta com uma bateria especial devido ao braço esquerdo amputado num acidente automobilístico em 1984. Desde então toca descalço, usa uma bateria feita especialmente para ele e cujos controles de ritmo estão todos nos pés. "Rick é melhor baterista agora do que quando tinha dois braços", afirma o vocalista Joe Elliot. 

Rick Allen. Foto: Ton Muller
Apesar do pouco público que àquela altura estava começando a chegar no Beira-Rio para o principal show da noite (como competir com The Who?), já no segundo número, em "Animal", dava pra perceber que haviam fãs do Def Leppard de prontidão. E Joe Eliott logo deu jeito de estreitar essa interação. Um dos grandes diferenciais do grupo, passa pelo cruzamento de vozes e a alternância delas dentro dos arranjos. Assim como as guitarras sobrepostas, as vozes atuam como camadas sonoras. E o Leppard sempre joga pra canção, fechando a porta para os improvisos. O resultado final é que ouvimos ao vivo algo muito próximo do que foi gravado nos discos. O retrato desse desenho está em "Love Bites", um daqueles momentos que até quem não sabe nada sobre o Def Leppard se depara com uma canção conhecida, graças a versão de "Mordida de Amor" do grupo Yahoo. Em "Armagedon It" eles não alternam apenas os vocais, mas também as posições de cada um no palco.

Rick Savage. Foto: Ton Muller
Em um show dinâmico e relativamente curto (1h12) o Def Leppard empilha seus hits e ganha a simpatia do público. Destaque para "Rock of Ages" e "Photograph", duas músicas que indiscutivelmente fizeram parte da minha adolescência e da geração que curtia o heavy metal dos anos 1980. Foi um belo aquecimento... E ainda tínhamos o The Who, os verdadeiros super-heróis da noite. E que noite....

Confira o serlist completo do Def Lepard em PoA:

Let's Go
Animal
Let It Go
Love Bites
Armageddon It
Man Enough
Rocket
Bringin' on the Heartbreak
Switch 625
Hysteria
Let's Get Rocked
Pour Some Sugar On Me
Rock of Ages
Photograph

Joe Elliott. Foto: Ton Muller

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