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terça-feira, 22 de setembro de 2015

QUEEN + ADAM LAMBERT - PORTO ALEGRE, 21 DE SETEMBRO DE 2015

Fotos: Yuri Weber
Quando um show de rock se conecta basicamente ao sentimento (quase) mórbido de reviver uma época passada de glórias, podemos ser absorvidos por aquele estranho bad feeling de que tudo pode soar apenas como uma reprise de um tempo saudoso. Aquela história, um legado respirando por aparelhos e apenas insistindo em ser ressuscitado. Como exemplo, utilizando de requintes de crueldade, veja os vídeos do Queen com Freddie Mercury e faça comparativo com o espetáculo que passou na última segunda-feira (21) por Porto Alegre.

Foto: Yuri Weber
Pelo ponto de vista de muitos, esse retorno não passa de uma mera armação de araque, um maldito caça-níqueis. Bom, Devo ter amolecido meu coração ou perdi a mão de ferro, pois pelo menos sob minha ótica, o show que acabo de ver com dois integrantes remanescentes do Queen, mais esse moleque serelepe chamado Adam Lambert foi uma apresentação arrebatadora! Uma autêntica celebração ao rock de arena.

Foto: Yuri Weber
Mercury nunca será esquecido. Ponto. Sua figura é onipresente no Queen. Morto há mais de vinte anos, essa remontagem do grupo que o tornou famoso é um revival esperto daquilo que o Queen nos ofereceu de melhor. E Brian May e Roger Taylor estão lá, porra! Eu tenho todos os LPs da banda na minha prateleira, fui um moleque que cresceu ao som do Queen, não tem como não ficar vidrado nas guitarras matadoras de Brian e na performance de Roger sentando a ripa nas peles. Poucos bateristas tocam rock tão elegantemente como ele. E afinal, Freddie morreu — alguém nessa banda ainda quer tocar o barco.

Foto: Yuri Weber
















































John Deacon resolveu aposentar as chuteiras, Neil Fairclough cumpre muito bem a sua função no baixo. Já o tecladista Spikey Edney, músico de apoio do Queen nos anos 1980, é definido como “o cara que lembra tudo o que esquecemos”, segundo Roger. E o filho do baterista, Rufus Tiger Taylor, faz as percussões.

Na linha de frente, o ex-American Idol Adam Lambert, um cantor que mata no peito a responsabilidade de ser a nova voz — misto de recriação e identidade própria. Sem o peso de estar ligado a alguma banda famosa, como aconteceu com a formação anterior que trazia o vocalista Paul Rodgers (Free, Bad Company), Adam é um rosto novo. E com ele, raro domínio de palco, um senso de espetáculo absurdo — parece que cada movimento é coreografado — constante troca de figurino, desempenho quase irretocável nas interpretações, componentes resultantes que deixam o público inteiramente na mão de Adam Lambert. O vocalista e a audiência vivenciaram uma relação calorosa aos extremos. Não poderia ser diferente, afinal — em pouco mais de duas horas, ouvimos uma penca de clássicos absolutos de uma das bandas mais amadas de todos os tempo — encantamento com apoio irrestrito da cerca de cinco mil pessoas presentes no Gigantinho.

Foto: Yuri Weber
Tudo nos trinques: abertura com “One Vision” remontando o espírito de uma época áurea do Queen; afinal, hits pesados como “Another one bites the dust”, “Fat Bottomed Girls” e “We Will Rock You” incendeiam qualquer massa; “Killer Queen”, “Crazy Little  Think Called Love”, “Radio Gaga”, “I Want to Break Free”, remontam o melhor do repertório pop do grupo; Brian tem o seu momento solo em “Love of My Life”; antes protagonizados por Bowie e Freddie, Roger e Adam revivem “Under Preassure”; “Bohemian Rapsody” ressuscita Freddie Mercury no telão e promove um encontro harmonioso entre passado e presente. Mais sangue novo no pedaço — é o filho de Roger que espanca as peles em “Tie Mother Down”. Tá bem, foi uma droga ouvir “Ghost Town”, música do repertório solo do vocalista; mas tudo se resolve com a catarse de “Don’ t Stop Me Now”, um daqueles números infiltrados no inconsciente coletivo da cultura POP. E ainda temos o triunfal epílogo com uma chuva de papeis picados ao som de “We Are the Champions”.

Foto: Yuri Weber



Posso dizer que o resultado de todo esse repertório de clássicos coloca um sorriso largo no rosto. A pergunta que fica no ar: por que não se fazem mais bandas como o Queen? Não tenho a mínima ideia. Dizem que essa formação do Queen + Adam Lambert está de despedindo dos tours, culpa da carreira solo do vocalista em veloz ascensão das vendagens de seus álbuns na Inglaterra e Estados Unidos. Veremos. Afirmo — essa reunião parece ter mais lenha pra queimar. Quem viver verá. 

Confira o setlist:

One Vision
Another one bites the dust
Fat Bottomed girls
In the lap of the gods
Seven Seas of rhye
Killer queen
Crazy little think called love
Somebody to love
Love of my life
These are the days of our lives
Under pressure
I want to break free
Ghost town
Who wants to live forever
Last horizon
Tie your mother down
Don’t stop me now
Bohemian rhapsody
I want it all
Radio ga ga
We will rock you
We are the champions

Foto: Yuri Weber

Foto: Yuri Weber

Foto: Yuri Weber

Foto: Yuri Weber

Foto: Yuri Weber
Foto: Yuri Weber

Foto: Yuri Weber

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