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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

PASSENGER - PORTO ALEGRE, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

Fotos: Ton Muller
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Review Márcio Grings c/ Camila Gonçalves Fotos Ton Muller

Okay, preciso admitir. Pra início de conversa, até poucos dias atrás, nunca ouvira falar de Passenger. Caso tenha ouvido algo, passou batido. Havia lido que certa banda inglesa chamada Passenger abriria o show de Ed Sheeran em Porto Alegre. De repente, no palco, surge um homenzinho barbudo vestido inteiramente de jeans. Apenas ele e seu violão. Antes de tocar um acorde apenas, relembro a tradição folk se materializando na minha memória. No entanto, onde afinal estará o restante do grupo?

Foto: Ton Muller
Na verdade, o nome do artista que pisa no palco da Arena é Michael David Rosenberg. Anteriormente à frente de um grupo chamado Passenger, com o qual gravou um álbum, Rosenberg resolve seguir em frente com esse mesmo nome, mesmo após a banda se dissolver em 2009. “Eu era muito novo. Eu tinha essas música e queria cantá-las. No entanto, não sabia como fazer isso”, contou, em entrevista ao The Washington Post. Na sequência, vieram mais dez álbuns - o último deles, "Runaway", foi lançado ano passado. Portanto, podemos afirmar  sem medo que esse músico de 35 anos está longe de ser um novato, além de ter se virado muito bem no mundo solo.  

Foto: Ton Muller
É fato: Passenger é muito bem recebido pelo público gaúcho. E tudo começa com a dylanista "Fairytales & Firesides", música do seu primeiro álbum solo, "Divers & Submarines" (2010). Já num segundo segundo momento, quando foge da eterna busca pela sombra de Bob Dylan, "Life's for Leaving" é aquele tipo de composição que nos deixa esperançosos. Outra pista de suas referências está na releitura de "The Sound of Silence" (Paul Simon), quando instantes antes de tocá-la, pede silêncio ao público. Trata-se de uma repaginação soberba, original e repleta de dinâmicas. Sua versão alterna suavidade e violência na batida de sua mão direita sobre as cordas do violão. Um dos melhores momentos da noite, quando novamente há claras reconexões ao ideário do autêntico songwriter norte-americano.  

Foto: Ton Muller
Já em "I Hate", surge aquele tipo de tema com refrão pegajoso, brecha propícia para promover uma ligação mais próxima com o público, algo que naturalmente já estava acontecendo e que exato naquele momento soa apenas como algo forçado. O prumo é assestado em "Survivors", uma das melhores canções de seu álbum mais recente, típica faixa que se encaixa em uma boa playlist ligada ao folk rock. "Suzane", novo tema ainda não gravado, foi revelado ainda na segunda metade do ano passado (há boas versões no YouTube, veja ESSA). Já "Let Her Go" é aquela música que você já ouviu por aí e não sabia dizer quem seria o dono da voz sussurrada. Sim, esse é o som que o público cantou tão alto que acabou por deixar o compositor com lágrimas nos olhos. Visivelmente emocionado, diz: "Eu compus essa música em 45 minutos. Nunca imaginei que se tornaria tão conhecida".  

Foto: Ton Muller
Em pouco mais de 30 minutos, Passenger encerra sua participação com "Scare Way the Dark", outra gema que define sua estética sonora, na trilha dos compositores melódicos, uma linhagem cada vez mais rara nos dias atuais. No coro, o público canta tão alto quanto cantaria alguns minutos depois. Novamente emocionado, o inglês se despede com um breve aceno. Em instantes, seu amigo Ed Sheeran pisaria no palco. O melhor da noite já havia nos sido entregue. Bem, pelo menos para um 'ancião' como eu, pois emaranhado em meio a tanta juventude, renovei minhas esperanças na música atual com esse sujeito. Ah, se você não viu ao show do músico inglês e mora em São Paulo, a boa notícia é que Passenger retorna ao país em março, dia 10, com show no Cine Joia. Grings - Tours, Produções e Eventos agradece a LS8 Consultoria de Imprensa pelo suporte e credenciamento.            

Setlist

Fairytales & Firesides
Life's for the Living
The Sound of Silence
I Hate
Survivors
Suzanne
Let Her Go
Scare Away the Dark  
    
Foto: Ton Muller

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