Foto: Fabiano Dallmeyer |
Domingo 16h, 34 graus em Santa Maria. Qual o motivo de 18 cabeças se espremerem numa van rumo a Panambi, num dos dias mais quentes do ano? Por mais que isso pareça algo no mínimo sem sentido, se falarmos que o motivo da trip foi o rock and roll, esse relato se torna ainda mais nonsence.
No entanto, há uma boa explicação. Panambi, cidade localizada ao norte do estado, com cerca de trinta e cinco mil habitantes, possui um dos melhores bares do RS. E lá, neste último dia 7, aconteceu o show da banda norte-americana Radio Moscow, com abertura da Quarto Ácido (Panambi) e Rinoceronte (Santa Maria).
Pra começo de conversa, o Pubi Handte não é um bar
convencional. Além das instalações principais, do senso estético e da coerência
dialogando com o ambiente, do palco circundado pela vegetação típica do local,
o que mais me surpreende é a área externa do Handte. Na verdade, nunca vi coisa
parecida em lugar algum. E não sou apenas eu que ficou boquiaberto. Tanto que
Anthony Meier, baixista da Radio Moscow, disse nunca ter presenciado algo
parecido na Europa, tão menos nos Estados Unidos.
Foto: Fabiano Dallmeyer |
Trata-se de uma espécie de bosque com dezenas de
árvores, jardins, um camarim campeiro onde é servido um típico churrasco
gaúcho, micro cervejaria (fabricação a cargo do Mestre cervejeiro Thales
Handte) com chope liberado para todos os envolvidos na cobertura do evento, além
de um tratamento único pelos proprietários. Vários amigos já haviam tocado no
Hantke, e sempre falaram maravilhas de lá. Era tudo verdade. E quando você
encontra uma francesa vestida com roupas típicas alemãs, só que falando um
português fluente, aí percebe-se que o mundo realmente nunca foi tão pequeno.
21h7min, a Quarto Ácido, prata da casa, sobe ao
palco para mostrar seu som instrumental repleto de referências setentistas.
Formada por Pedro Paulo (guitarra), Flavio Mecking (baixo) e Alex Przyczynski
(bateria), no setlist, temas como “Euphrates”, “Psichodelic Pilger”, “Feelind
Dead” e “Supersense”, além de outros números que compõem os dois EPs lançados
pela banda. Dá pra dizer que a Quarto Ácido faz um som que passa principalmente
pelo acid e prog rock, no entanto, é perceptível que o trio também joga de leve
elementos que incidem até mesmo pelo regionalismo gaúcho ou punk. Destaque para
Przyczynski, baterista que coreografa a lá Ginger Baker, um daqueles caras que
nos prendem a atenção no palco.
Foto: Jéssica Martini |
0h5min, madrugada de segunda. Pense numa banda que
toque num volume muito alto. Ok, agora multiplique por dois. Assistir aos
norte-americanos da Radio Moscow, em primeiro lugar, é uma experiência que pode
nos levar facilmente a problemas auditivos. Aqui fala um cara que há mais de
três décadas já assistiu uma porrada de apresentações musicais, e posso afirmar
com nunca recebi tanta volumêra batendo no peito. “Nem no show do Krisiun fiquei tão surdo”,
disse Marcel da Silva, um dos sujeitos que veio de Santa Maria para assistir ao
evento. Metade do repertório da banda em Panambi foi pinçado do álbum de
estreia lançado em 2007, trabalho que foi apadrinhado por Dan Auerbach, líder
do The Black Keys, e também por músicas de “Magical Dirty”, disco lançado esse
ano.
Foto: Fabiano Dallmeyer |
Foto: Fabiano Dallmeyer |
Foto: Fabiano Dallmeyer |
Nenhum comentário:
Postar um comentário